As principais Guerras que o brasil enfrentou

Guerra dos Farrapos – a Revolução Farropilha
A Guerra dos Farrapos ocorreu no Rio Grande do Sul na época em que o Brasil era governado pelo Regente Feijó (Período Regencial). Esta rebelião, gerada pelo descontentamento político, durou por uma década (de 1835 a 1845).
O estopim para esta rebelião foi as grandes diferenças de ideais entre dois partidos: um que apoiava os republicanos (os Liberais Exaltados) e outro que dava apoio aos conservadores (os Legalistas).

Em 1835 os rebeldes Liberais, liderados por Bento Gonçalves da Silva, apossaram-se de Porto Alegre, fazendo com que as forças imperiais fossem obrigadas a deixarem a região.

Após terem seu líder Bento Gonçalves capturado e preso, durante um confronto ocorrido na ilha de Fanfa ( no rio Jacuí), os Liberais não se deixaram abater e sob nova liderança (de António Neto) obtiveram outras vitórias.

Em novembro de 1836, os revolucionários proclamaram a República em Piratini e Bento Gonçalves, ainda preso, foi nomeado presidente. Somente em1837, após fugir da prisão, é que Bento Gonçalves finalmente assume a presidência da República de Piratini.

Mesmo com as forças do exército da regência, os farroupilhas liderados por Davi Gonçalves, conquistaram a vila de Laguna, em Santa Catarina, proclamando, desta forma, a República Catarinense.

Entretanto, no ano de 1842, o governo nomeou Luiz Alves de Lima e Silva para comandar as tropas que deveriam os farroupilhas.

Apos três anos de batalha e várias derrotas, os "Farrapos" tiveram que aceitar a paz proposta por Duque de Caxias. Com isso, em 1845, a rebelião foi finalizada.

Guerra do Paraguai
A Guerra do Paraguai teve seu início no ano de 1864 a partir da ambição do ditador Francisco Solano Lopes, que tinha como objetivo aumentar o território paraguaio e obter uma saída para o Oceano Atlântico, através dos rios da Bacia do Prata. Ele iniciou o confronto com a criação de inúmeros obstáculos impostos às embarcações brasileiras que se dirigiam a Mato Grosso através da capital paraguaia.
Visando a província de Mato Grosso, o ditador paraguaio aproveitou-se da fraca defesa brasileira naquela região para invadi-la e conquistá-la. Fez isso sem grandes dificuldades e, após esta batalha, sentiu-se motivado a dar continuidade à expansão do Paraguai através do território que pertencia ao Brasil. Seu próximo alvo foi o Rio Grande do Sul, mas, para atingi-lo, necessitava passar pela Argentina. Então, invadiu e tomou Corrientes, província Argentina que, naquela época, era governada por Mitre.
Decididos a não mais serem ameaçados e dominados pelo ditador Solano Lopes, Argentina, Brasil e Uruguai uniram suas forças em 1° de maio de 1865 através de acordo conhecido como a Tríplice Aliança. A partir daí, os três paises lutaram juntos para deterem o Paraguai, que foi vencido na batalha naval de Riachuelo e também na luta de Uruguaiana.
Esta guerra durou seis anos; contudo, já no terceiro ano, o Brasil via-se em grandes dificuldades com a organização de sua tropa, pois além do inimigo, os soldados brasileiros tinham que lutar contra o falta de alimentos, de comunicação e ainda contra as epidemias que os derrotavam na maioria das vezes. Diante deste quadro, Caxias foi chamado para liderar o exército brasileiro. Sob seu comando, a tropa foi reorganizada e conquistou várias vitórias até chegar em Assunção no ano de 1869. Apesar de seu grande êxito, a última batalha foi liderada pelo Conde D`Eu (genro de D. Pedro II). Por fim, no ano de 1870, a guerra chega ao seu final com a morte de Francisco Solano Lopes em Cerro Cora.
Conclusão: Antes da guerra, o Paraguai era uma potência econômica na América do Sul. Além disso, era um país independente das nações européias. Para a Inglaterra, um exemplo que não deveria ser seguido pelos demais países latino-americanos, que eram totalmente dependentes do império inglês. Foi por isso, que os ingleses ficaram ao lado dos países da tríplice aliança, emprestando dinheiro e oferecendo apoio militar. Era interessante para a Inglaterra enfraquecer e eliminar um exemplo de sucesso e independência na América Latina. Após este conflito, o Paraguai nunca mais voltou a ser um país com um bom índice de desenvolvimento econômico, pelo contrário, passa atualmente por dificuldades políticas e econômicas.
Guerra dos Canudo
A situação do Nordeste brasileiro, no final do século XIX, era muito precária. Fome, seca, miséria, violência e abandono político afetavam os nordestinos, principalmente a população mais carente. Toda essa situação, em conjunto com o fanatismo religioso, desencadeou um grave problema social. Em novembro de 1896, no sertão da Bahia, foi iniciado este conflito civil. Esta durou por quase um ano, até 05 de outubro de 1897, e, devido à força adquirida, o governo da Bahia pediu o apoio da República para conter este movimento formado por fanáticos, jagunços e sertanejos sem emprego.
O beato Conselheiro, homem que passou a ser conhecido logo depois da Proclamação da República, era quem liderava este movimento. Ele acreditava que havia sido enviado por Deus para acabar com as diferenças sociais e também com os pecados republicanos, entre estes, estavam o casamento civil e a cobrança de impostos. Com estas idéias em mente, ele conseguiu reunir um grande número de adeptos que acreditavam que seu líder realmente poderia libertá-los da situação de extrema pobreza na qual se encontravam.
Com o passar do tempo, as idéias iniciais difundiram-se de tal forma que jagunços passaram a utilizar-se das mesmas para justificar seus roubos e suas atitudes que em nada condiziam com nenhum tipo de ensinamento religioso; este fato tirou por completo a tranqüilidade na qual os sertanejos daquela região estavam acostumados a viver.
Devido a enorme proporção que este movimento adquiriu, o governo da Bahia não conseguiu por si só segurar a grande revolta que acontecia em seu Estado, por esta razão, pediu a interferência da República. Esta, por sua vez, também encontrou muitas dificuldades para conter os fanáticos. Somente no quarto combate, onde as forças da República já estavam mais bem equipadas e organizadas, os incansáveis guerreiros foram vencidos pelo cerco que os impediam de sair do local no qual se encontravam para buscar qualquer tipo de alimento e muitos morreram de fome. O massacre foi tamanho que não escaparam idosos, mulheres e crianças.
Pode-se dizer que este acontecimento histórico representou a luta pela libertação dos pobres que viviam na zona rural, e, também, que a resistência mostrada durante todas as batalhas ressaltou o potencial do sertanejo na luta por seus ideais. Euclides da Cunha, em seu livro Os Sertões, eternizou este movimento que evidenciou a importância da luta social na história de nosso país.
Esta revolta, ocorrida nos primeiros tempos da República, mostra o descaso dos governantes com relação aos grandes problemas sociais do Brasil. Assim como as greves, as revoltas que reivindicavam melhores condições de vida ( mais empregos, justiça social, liberdade, educação etc), foram tratadas como "casos de polícia" pelo governo republicano. A violência oficial foi usada, muitas vezes em exagero, na tentativa de calar aqueles que lutavam por direitos sociais e melhores condições de vida.

Durante os primeiros anos da Segunda Guerra Mundial, o governo do Estado Novo não tomou posição, mantendo neutralidade com respeito às nações envolvidas no conflito. À medida que a guerra evoluiu, envolvendo os Estados Unidos (a partir do ataque japonês a Pearl Harbor, em 7 de dezembro de 1941), a política de solidariedade continental levou o Brasil a se alinhar entre as nações democráticas, contra a Alemanha, a Itália e o Japão. Em janeiro de 1942, na Terceira Conferência de Chanceleres Americanos do Rio de Janeiro, o Brasil defendeu a política continental de apoio aos Estados Unidos. Em março, pelos acordos de Washington, foram cedidos vários pontos do Nordeste do país para servirem de bases navais e aéreas aos norte-americanos.

Desde fevereiro, os alemães torpedearam muitos navios brasileiros. Ao todo, dezenove embarcações navegando sob bandeira brasileira foram afundadas, com centenas de vítimas, até que, em agosto de 1942, o governo do Brasil resolveu romper relações com os países do Eixo e declarar-lhes guerra. Para o governo alemão, o relacionamento comercial do Brasil com os Estados Unidos era indesejável, pois significava o abastecimento de materiais básicos e estratégicos de que os norte-americanos necessitavam para se manterem em luta. Essa foi a razão do afundamento dos navios mercantes brasileiros por submarinos alemães. Com tal atitude o governo alemão pretendia intimidar o governo do Brasil, forçando-o à neutralidade, mas impedindo-o de comerciar com os Estados Unidos.
Em agosto de 1942, como vimos, o governo brasileiro declarou guerra às nações do Eixo. No mês de setembro, foi realizada a mobilização geral para o conflito.
Segunda Guerra Mundial

Entre setembro de 1939, quando começou a Segunda Guerra Mundial, e agosto de 1942, quando o Brasil declarou guerra aos países do Eixo e se uniu definitivamente às forças aliadas, muita coisa aconteceu no país. Tratou-se do fornecimento de materiais estratégicos aos Estados Unidos e da permissão para o Nessa época, as relações do Brasil com os Estados Unidos foram pautadas pela negociação do alinhamento estacionamento de tropas norte-americanas nas bases do Nordeste; como contrapartida, o governo brasileiro reivindicava financiamento para a criação da Companhia Siderúrgica Nacional e o reequipamento e modernização das Forças Armadas. Antes que os termos do alinhamento fossem finalmente acertados, entretanto, o país já sofria os efeitos do conflito mundial. O Brasil ainda não estava em guerra, mas a guerra certamente já havia chegado ao Brasil.

Ao se iniciar a guerra na Europa, as relações internacionais do Brasil caracterizavam-se por uma política de eqüidistância pragmática que consistia, basicamente, na aproximação simultânea com os Estados Unidos e a Alemanha. Entretanto, diante da evolução do conflito europeu e do esgotamento de seus recursos de barganha, o Brasil tornou-se cada dia mais comprometido com os preparativos norte-americanos para a entrada na guerra ao lado dos Aliados.

Através das conferências interamericanas, o governo norte-americano vinha procurando garantir para si, na hipótese de generalização do conflito, o apoio do conjunto dos países latino-americanos. Inicialmente, na conferência do Panamá (1939), foi declarada a neutralidade das repúblicas americanas diante da guerra na Europa. A seguir, em Havana Havana (1940), foi afirmada a solidariedade continental em face de uma agressão externa a qualquer país do continente. Visando especificamente ao apoio brasileiro, o presidente Roosevelt favoreceu a ida aos Estados Unidos da Missão Aranha e a assinatura de uma série de acordos, que previam a concessão de créditos ao Brasil em troca do compromisso do governo brasileiro de regularizar o pagamento das dívidas e das remessas de lucros. Além disso, Washington iniciou ferrenha batalha contra a forte presença germânica no contintente latino-americano em geral, e no Brasil em particular, através de uma ofensiva político-ideológica sem precedentes na história das suas relações. Na expressão cunhada pelo historiador Gerson Moura, era o Tio Sam que chegava ao Brasil para fazer frente ao fantasma do Eixo.

O rompimento foi declarado por ocasião da Reunião de Chanceleres do Rio de Janeiro, em janeiro de 1942. O preço dessa decisão não tardou a ser cobrado, com o afundamento de navios mercantes na costa brasileira. A partir daí, com a população enfrentando as restrições impostas pelo cotidiano da guerra, iniciou-se forte mobilização civil e militar mobilização civil e militar contra o Eixo. Mas apesar desse movimento crescente em direção ao alinhamento do Brasil aos Estados Unidos, as vitórias dos alemães na Europa e na África continuaram a exercer forte influência sobre as Forças Armadas, o que levou "aliadófilos" e "germanófilos" a se entrechocar por mais algum tempo dentro do governo brasileiro. Finalmente, em agosto de 1942, iria começar a história do Brasil na guerra.

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